sábado, 11 de setembro de 2010


Coração acelerado, mãos tremulas e suadas segurando aquele bilhete que apareceu em meio aos meus livros no final da aula, não tinha como não reconhecer aquela letra e aquele perfume que ficou no papel. “Te encontro na praça, naquele banco quando o sinal tocar ás 17:00 horas.” E esse nó na garganta que não desmancha? Tudo em que eu conseguia pensar em como ele me fazia falta todos os dias, que ansiedade, que saudade, saudades de estar realmente perto, sentir, abraçar, ouvir (...) 17:00, 17:30, 18:00, 18:30. De repente tudo que eu havia esquecido durante aquelas horas foram voltando, como ele havia me deixado, me feito chorar noite e dia durante tanto tempo, como ele bagunçou toda a minha vida; o tempo estava ruim mas a chuva não caía do céu, a chuva caía dos meus olhos e aquele sentimento que havia sido colocado de lado como ele me colocou de lado veio a tona. Ao abaixar a cabeça alguém se aproxima de mim, abaixa “Me perdoa!” aqueles olhos novamente no meu olhar quase desmorono “É que...” toquei seus lábios com o dedo indicador para que ficasse em silêncio, peguei minhas coisas e me levantei sem dizer uma palavra, ele segurou meu braço e eu finalmente dirigi minhas palavras a ele “Eu não quero mais saber. É sempre assim, por alguns momentos esqueci .” ainda com lágrimas nos olhos corri até o fim da praça e lá de longe olhei para trás o observei por um minuto, um quase interminável minuto – como ele era lindo – mas não merecia mais o que eu sentia por ele, e hoje o que eu sinto por mim é maior. Outro dia, outro bilhete em meios aos meus livros com a mesma letra e o mesmo perfume... sem ler o bilhete amassei e joguei na lata do lixo como por mais de uma vez ele fez com meus sentimentos.

- Agatha Rodrigues.



(...) nem sempre as coisas ficam no lugar, ás vezes só nos resta entender


Texto que escrevi para o blog Bloínquês mas não deu tempo de postar antes de acabar o prazo.

5 comentários:

  1. As vezes a cegueira de um desejo pode escamotear a dor de um relacionamento vicioso onde você já sabe que o final não será feliz.

    E o fato de dizer "basta!" é uma libertação de um pseudo-amor que foi criado mais por lágrimas e alegrias rasteiras do que pela felicidade que todo ser humano busca.

    Texto completo, denso e suave nas medidas certas, com o sorriso de uma criança e a ternura de uma pétala de rosa, mescladas com a densidade de uma dor e a força de uma decisão.

    Cada vez melhor, Agatha, tens escrito. E essa é uma pequena pérola a qual merece um capítulo de sorrisos depois deste fato, mas sem esquecer de antes escrever sobre a vida dessa menina que viveu e sofreu um amor doentio.

    Parabéns, maninha!!!

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  2. Ameiii *-*
    cara vc ta escrevendo muiito bem ..

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  3. "como ele era lindo – mas não merecia mais o que eu sentia por ele" - quase suspirando, mas voltando para a realidade. Também gostei da frase final, em que ela amassa o bilhete.
    Fazia tempo que você não criava algo assim e ficou realmente bom. Gostei das palavras, da história em si. Não é difícil, é só ter imaginação.
    E pena que você não conseguiu a tempo, pois ficou ótimo!
    :*

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  4. Agatha ta muito lindo,
    amei **

    pena que naum deu p mandar com certeza vs tinha grandes chances de ganhar
    ei eu postei a nova parte do primeiro capitulo do meu livro ve láh...

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  5. Muito boa essa postagem \o
    ameei :)
    muitooo boa mesmo .*

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