- Por quê? Mas você me disse que ia voltar e...
- Eu não vou voltar. Eu não quero voltar.
- O que aconteceu? O que fizeram com você?
- Nada. Eu não quero mais você pegando no meu pé, mãe e aqui tenho mais oportunidades de seguir carreira. Eu tenho que ir.
- Eu não vou voltar. Eu não quero voltar.
- O que aconteceu? O que fizeram com você?
- Nada. Eu não quero mais você pegando no meu pé, mãe e aqui tenho mais oportunidades de seguir carreira. Eu tenho que ir.
Um rapaz belo por trás daquele rosto cansado desligou o telefone, pegou sua arma e deu lugar a outro soldado. Contemplou aquele manto preto sem nenhuma iluminação acima da sua cabeça, daquele manto só vinha água. A água que ao tocar o chão ganhava cor. Vermelho.
O vermelho que ele causou e o que ele tentou salvar. O vermelho dos seus inimigos e o vermelho dos seus inimigos. O cheiro da cor embrulhava seu estômago, suas mãos estavam sujas, sua alma; por mais que dissessem que era o seu dever, ele se sentia imundo. Ele era responsável por lágrimas e o sofrimento de famílias, não sabia se seria capaz de conviver com isso por isso aceitou continuar. Uma mão tocou em seu ombro.
- Avisou a quem?
- Minha mãe.
- Falei com minha esposa e meu filho. Disse que logo estaria com eles.
- Você não vai estar. Essa provavelmente é nossa última vez. Essa é nossa última vez. Você sabe, meu amigo.
- Essa é uma missão difícil, mas...
- É suicídio. Realmente acha que vale a pena morrer pelo seu país?
- Acho. Assim sua mãe vai sentir mais orgulho...
- Ela não sabe. Eu disse que tinha cumprido meu dever, mas ia seguir carreira. Aproveitei a briga que tivemos antes de eu vim para cá e disse que não vou voltar porque não a quero pegando no meu pé. Não quero que ela saiba.
- Você mentiu.
- Você também. Todo mundo mente.
- Minha mãe.
- Falei com minha esposa e meu filho. Disse que logo estaria com eles.
- Você não vai estar. Essa provavelmente é nossa última vez. Essa é nossa última vez. Você sabe, meu amigo.
- Essa é uma missão difícil, mas...
- É suicídio. Realmente acha que vale a pena morrer pelo seu país?
- Acho. Assim sua mãe vai sentir mais orgulho...
- Ela não sabe. Eu disse que tinha cumprido meu dever, mas ia seguir carreira. Aproveitei a briga que tivemos antes de eu vim para cá e disse que não vou voltar porque não a quero pegando no meu pé. Não quero que ela saiba.
- Você mentiu.
- Você também. Todo mundo mente.
A chuva, as lágrimas, a culpa, a dor, a cor o acompanharam até seu destino.
- Agatha Rodrigues
Esses dias eu assistir a uma série de guerra...e foi o que eu lembrei ao ler esse teu conto.
ResponderExcluirÉ triste, mas é algo tão bonito de se ver, sei lá, eu acho isso. :)
:*
Olá e ai tudo bem?
ResponderExcluirMesmo a história sendo triste,gostei do jeito como voce descreveu tudo.
Meus parabéns.
Beijos
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RIMAS DO PRETO
Muito bom agatha !
ResponderExcluirgostei demaaais. o meu preferido
de 1 a 10?
infinito ;
Lembrei de "Querido John" ao ler o conto.
ResponderExcluirConhece a frase: "Mentiras sinceras me interessam"?! Fez sentido agora.
Ótimo conto!
Beijo!
Muito legal essa frase que "Todo Mundo Mente" interessante :D
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