terça-feira, 24 de maio de 2011

Outubro

Os carros passavam apressados, era uma noite qualquer para algumas pessoas mas não para mim.. Haveria um show na cidade, nenhuma das bandas me agradava muito, eu só gostava de uma música de uma das bandas e no meu estado normal não pagaria para ir a um show por causa de uma música que eles provavelmente não tocariam. Meus amigos me chamaram e era por isso que eu ia, pois é, eu realmente tentei acreditar nisso.
Minhas mãos tremiam, meu coração pulsava ansioso pelo encontro, e todo aquele nervosismo clichê; ela era diferente, mas ainda assim eu não entendia a necessidade que tinha em vê-la, na verdade eu me fazia de idiota mesmo, porque nunca havia sentido algo como o que ela me fazia sentir e todo aquele sentimento me assustava demasiadamente. Com celular nas mãos - me separei dos meus amigos e da minha namorada quando se distraíram, eu não queria dar explicações -, meus dedos nervosos buscando na agenda um número que eu sabia até de trás para frente e que também estava nas ligações recebidas. Ela me disse onde estava, eu fui até ela, enquanto subia as escadas, brigava com meu nervosismo não queria que ela percebesse.
Lá estava ela parada em um degrau esperando por mim, quando me viu sorriu e cobriu o rosto com as mãos porque estava completamente vermelha; tão linda, tão ela, eu adorava o jeito dela. Nos aproximamos, mas não muito, mantivemos uma certa distância - até hoje não entendo o porque, talvez estivéssemos com medo de nos mesmos – no ar havia uma certa tensão, uma certa desconfiança, medo de ver o que realmente era aquilo tudo mas isso foi passando quando nos sentamos e começamos a conversar. Ela colocou algo em minhas mãos, era uma moeda antiga que eu havia achado no chão em uma das vezes em que nos encontramos e dei a ela, eu só não sabia que ela havia guardado... o celular dela tocou e ao desligar disse que tinha que ir, nos abraçamos, esse abraço foi capaz de fazer tudo ao nosso redor sumir, fez tudo parar.
Voltei ao encontro dos meus amigos, e a chuva começou a cair da escuridão, algumas pessoas corriam para se abrigar outras continuavam a curtir o show ali mesmo - eu fiquei ali parado lembrando aquele abraço que diferente do que deveria ser não foi um abraço de despedida, foi o primeiro diferente dos outros, foi o abraço do começo.- Coloquei as mãos nos bolsos e senti algo tão gelado quanto a chuva que caía sobre mim, tirei dali aquela moeda e fitando-a decidi que era hora de abrir os olhos: eu me apaixonei!



- Agatha Rodrigues

5 comentários:

  1. Que lindo!! adorei o texto..quero continuação dessa história..rsrs =)

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  2. Que lindo o texto, você escreve supeeeeeeer bem :D

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  3. Own, Agatha! Que linda história. Tão belo o seu jeito de escrever, colocando todo sentimento de descobrimento do garoto. Gostei muito! ^^
    :*

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  4. lindo, sei exatamente como é isso!
    que continuacao..

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